quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Comércio de Suzano procura temporários e oferece até treinamento

A cidade de Suzano também se prepara para o período de vendas aquecidas do fim de ano. Após o Dia das Crianças, o Natal se torna a principal data para estimular vendas em lojas de brinquedos. Dona de uma loja do ramo, Maria Aparecida Oda Yoshida sabe que vai precisar reforçar seu quadro de funcionários. “A gente acrescenta sete a mais e se a pessoa tiver um bom desempenho, já pode ficar para o Natal também. Nós recebemos currículos o ano inteiro e deixamos em stand by para chamar nesta época”, explica.
Maria Aparecida conta que a entrevista é uma etapa importante para avaliar o perfil do candidato. “É quando temos um contato pessoal, conversamos e podemos avaliar melhor. O candidato nos fala a experiência, suas qualidades. No comércio a pessoa tem que saber vender o peixe e quem é muito introvertido tem dificuldades”, continua.
Em um ano em que a Copa do Mundo trouxe muito feriados ao calendário, o que acabou esfriando as vendas de maneira geral, a esperança é que os últimos meses sejam de recuperação. “O comércio está difícil, mas o comerciante tem que ser otimista. Nossa expectativa é que este último trimestre seja de boas vendas”, conclui a empresária.
Segundo o Sincomerciários (sindicato que representa os funcionários de lojas da região) cerca de 1.200 vagas temporárias devem ser abertas nos diversos setores da área comercial da cidade.
Segundo Jair Mafra, diretor-presidente do Sincomerciários, quem se candidata para uma vaga temporária pode ter boas chances de contratação permanente. “Hoje está se tornando histórico que 20 a 30% dos temporários estão sendo efetivados. E boa parte destas pessoas está tendo a oportunidade do primeiro emprego”, afirma.
Treinamento
Gerente de uma loja de calçados e confecções, Marcelo Domingos também faz planos para reforçar seu efetivo. Os novos contratados deverão passar por treinamento antes de atender o fluxo intenso de clientes do Natal. “Nossa expectativa é contratar depois do Dia  da Criança. Devemos pegar cerca de 10 funcionários para treinar no mês de novembro inteiro como extra, para ir aprendendo, e em dezembro vamos ficar com os que forem mais aptos”, explica.
Na loja dele, quem tiver experiência com vendas terá prioridade. “Vamos tentar pegar os candidatos que têm mais experiência. Tem que pelo menos conhecer um pouco da área de vendas”, conclui Domingos.

Comércio de Mogi das Cruzes já começa a contratar temporários

Com a proximidade do fim do ano, os comerciantes de Mogi das Cruzes já se movimentam para contratar funcionários temporários pensando nas vendas do Natal. Segundo o Sincomerciários, sindicato que representa os funcionários do comércio do Alto Tietê, a região deve ter cerca de 2,5 mil novos postos de trabalho temporário nesta época – apenas Mogi das Cruzes deve atrair perto de 2.000 dessas vagas.
Em um ano atípico, o comércio sentiu efeitos negativos da Copa do Mundo no Brasil, mas a expectativa é que as vendas melhorem nos últimos meses. É o que afirma o diretor-presidente do Sincomerciários, Jair Mafra. “Nós entendemos que o fim de ano é sempre uma época especial para o comércio. Nós calculamos que os últimos três meses é o período que os lojistas mais contratam novos trabalhadores. Já tem empresa pegando curriculo. Em 2014 a Copa nos prejudicou um pouco, as eleições estão desviando as atenções um pouco também, mas não tanto quanto imaginávamos”, explica.
Comerciante e dona de uma loja de roupas para a família no centro da cidade, Renata Delago conta que já começou a contratar pensando na alta do movimento. “Já começamos a contratar pensando no fim de ano e fizemos reposições também de funcionários que já sairam. Até o fim do ano devem entrar mais dez funcionários”, conta.
E quem for aprovado também tem chances de continuar no emprego depois das festas. “A gente sempre contrata dizendo que a vaga é temporária, mas sempre tem chance de ficar, depende do desenvolvimento de cada um e da disponibilidade da loja. Tenho funcionários que estão trabalhando há muito tempo e entraram como temporários”, conitnua Renata.
Movimento em loja de Mogi das Cruzes (Foto: Reprodução/ Tv Diário)Lojas de roupas estão entre as que mais contratam
funcionários temporários (Foto: Reprodução/ TV
Diário)
“A experiência profissional de cada um conta, e principalmente o momento da entrevista. Nós não procuramos um perfil específico, como jovem ou pessoas mais velhas. A expecitativa é que seja um fim de ano bom, que tenha um crescimento nas vendas. Já passou a Copa, no Dia dos Pais já teve um aumento e espero que este aumento continue”, conclui a comerciante.
Ainda em Mogi das Cruzes, uma confeccção especializada em roupas promocionais também já começou a fase contratações temporárias. “A gente já esta pegando um pessoal pensando no final do ano tanto na loja quanto na produção. Entre o fim de agosto e começo de setembro já contratamos oito pessoas. A gente pega pensando na produção do final do ano, mas nada impede que entre janeiro e fevereiro, dependendo das vendas, a pessoa continue”, explica a empresária Maria Luiza Bona.
Ela conta que faz bem renovar o quadro de funcionários com as pessoas que chegam nesta época. “Ás vezes é bom para reciclar o pessoal, pega um pessoal com mais vontade. Acho que ainda pegaremos umas três ou quatro pessoas até o fim do ano. Já temos 60 funcionários trabalhando. Acredito que teremos aumento de 20% nas vendas. Tem muitas encomendas que chegam de ultima hora”.
Por fim, a empresária destaca o esforço de cada funcionário para conseguir bônus por produtividade. “Elas têm salário, mas tem uma meta que precisam atingir diariamente. Isso acontecendo tem uma porcentagem que chega a mais no fim do mês. Tem pessoas que conseguem 20% a mais do salário por produtividade”, conclui Maria Luiza.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Programação do 23º Congresso Sindical Comerciário já está definida

A organização do 23º Congresso Sindical Comerciário já definiu a programação e a maioria dos palestrantes. O evento organizado pela Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo acontece de 14 a 16 de outubro no Hotel Estância Colina Verde, na turística cidade de São Pedro. O hotel de apoio será o São João.
O tema deste ano é “Sindicalismo comerciário: forte na base e atuante nas lutas políticas e sociais”. A previsão da Fecomerciários é reunir mais de 900 congressistas. O 23º Congresso será aberto pelo presidente Luiz Carlos Motta, coordenador geral, e pelos coordenadores Ademir Lauriberto Ferreira e Edson Ramos. Confira o que vai ser discutido no evento:  

PROGRAMAÇÃO

14/10 – Terça-feira
15h - Chegada
Das 15h às 18h - Credenciamento
18h30 - Abertura do 23º Congresso Sindical Comerciário e jantar de boas-vindas

15/10 – quarta-feira
9h - Início com retrospectiva da noite de abertura
Palestra - Nossa Federação: 75 anos de consolidação do sindicalismo comerciário
Entrevista - Roberto Souza, jornalista, entrevista Luiz Carlos Motta (Presidente da Fecomerciários); Márcia Caldas Fernandes (coordenadora da Regional de São José do Rio Preto) e Paulo Cesar da Silva (coordenador da Regional de Campinas).
9h45 - Palestra - Cenário do comércio: perfil do trabalhador frente aos desafios das políticas públicas sociais
Palestrante - Maria Alejandra Caporale Madi, Dra. em economia, professora da Unicamp e vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil
10h45 - Intervalo
11h - Palestra - O sindicalismo comerciário hoje: repensando caminhos efetivos de participação nas políticas públicas sociais
Palestrante - Erledes Elias Silveira, professor de formação político sindical e social
12h - Palestra - Planejamento e metas para o fortalecimento das entidades sindicais
Palestrante - Juliano Matos, jornalista
13h - Almoço
Tarde livre

16/10 – Quinta-feira
9h15 - Início com retrospectiva do dia anterior
9h30 – Palestra - As expectativas do jovem trabalhador e sua relação com o sindicalismo
Palestrante - Gustavo Walfrido, secretário da Juventude da UGT
10h30h - Intervalo
11h00 - Palestra - MPT e dirigentes sindicais comerciários na luta contra a precarização do trabalho
Palestrante - Dr. Dimas Moreira da Silva, procurador do Ministério Público do Trabalho da 15º Região
12h45 - Apresentação especial de encerramento - Ballet da Associação Fernanda Bianchini
13h - Considerações finais da coordenação e encerramento
13h30 - Almoço
15h - Saída

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Federação vai participar do programa Câmera Aberta sobre Lei de Cotas

A assessora Eunice Aires, do Departamento de Educação e Responsabilidade Social da Fecomerciários, representará a entidade no programa Câmera Aberta Sindical (TV Aberta de São Paulo) da próxima quarta-feira, 23 de julho, que discutirá a Lei de Cotas, de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O programa é apresentado pelo jornalista João Franzin, da Agência Sindical.
A Lei de Cotas completa 23 anos no dia 24 de julho com um grande evento comemorativo na capital paulista. A Fecomerciários vai prestigiar o 23º aniversário da lei, evento organizado pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, da qual é parceira junto com o Espaço da Cidadania, UGT e outras centrais sindicais.
Será na Biblioteca Mário de Andrade, centro de São Paulo, das 9h às 11h, seguido de extensa programação aberta ao público a partir das 11h até às 13h na Praça Dom José Gaspar, atrás da biblioteca, com apresentações da Banda da Guarda Municipal, de bonecos gigantes da APAE, de grupos de percussão e outras atividades artísticas com o objetivo de mobilizar e sensibilizar a sociedade para a importância da Lei de Cotas.
O encerramento se dará com uma caminhada até o Teatro Municipal de São Paulo, quando serão distribuídos panfletos e materiais relacionados à lei e ações correlatas, entre os quais os relacionados ao trabalho decente e responsabilidade social desenvolvido pela Fecomerciários. Entre eles, o Café Sensorial, programa que conscientiza sobre a necessidade de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Para participar da solenidade dentro da Biblioteca, localizada na Rua Consolação (próximo à estação Anhangabaú do Metrô), foi necessário efetuar a inscrição previamente pelo e-mail ecidadania@ecidadania.org.br até sexta-feira passada, 18 de julho.


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Voto branco, nulo e abstenção eleitoral: a nova oposição

Ainda que se considere legítimo o aumento dos tipos de voto em questão, bem como da mera abstenção eleitoral, é crucial que o eleitor perceba as consequências dessa forma de participação política. O distanciamento político-eleitoral não necessariamente implica a obrigatoriedade de revisão do atual modelo político, de modo que o que se visa combater pode igualmente ser fortalecido quando o eleitorado afasta-se das urnas e do debate político como um todo.
Ao longo das últimas três eleições (2002, 2006 e 2010), o "não voto" parece ter emergido como umas das principais vozes de oposição. Trata-se de uma negativa conferida por parte do eleitorado aos modos usuais de se fazer política, abarcados, neste caso, tanto os partidos e candidatos quanto o próprio modelo de representação em si. O "não voto" manifesta-se, comumente, na forma do voto em branco ou nulo ou por meio da abstenção eleitoral, e contribuem para o seu crescimento três variáveis: 1) O descrédito do eleitorado em relação aos partidos políticos e aos candidatos; 2) Os altos índices de percepção da corrupção; e 3) A ideia equivocada de que o voto em branco ou nulo, se iguais ou superiores a 51% dos votos, invalidam o processo eleitoral.
Dois cenários
Quanto a primeira variável, é importante ressaltar que ela tangencia dois cenários: a reprovação à política de forma geral, o que inclui tanto os partidos governistas quanto os de oposição; e a falta de confiança, especificamente, em relação a partido (s) e/ou candidato (s) que possa (m) servir como alternativa àquele (s) que se encontram no poder.
Corrupção
O segundo ponto que pode explicar a tendência de crescimento dos votos brancos e nulos e das abstenções recai sobre a percepção acerca da corrupção. Em 2013, o Brasil se manteve estável no Índice de Percepção da Corrupção, pesquisa promovida pela Transparência Internacional, ONG cujo principal objetivo é a luta contra a corrupção. Entre os 177 países avaliados, o Brasil alcançou a 72ª colocação, com 42 pontos; pontuação inferior a países como Canadá (81), Uruguai e Estados Unidos, ambos com 73, e considerada baixa para um país de alta relevância global como o Brasil.
Descrédito
Tal percepção, aliada ao descrédito nas instituições, reverte-se na descrença na própria política, afastando os eleitores do debate em torno de temas cruciais ao País e os levando a procurar outras formas de representação que não as mais tradicionais. Em termos concretos, esse afastamento resulta em um alarmante aumento no número de votos brancos e nulos, que só não são maiores que os altos índices de abstenção nas urnas. Em 2010, por exemplo, 18,12% (24,6 milhões) dos eleitores não votaram. Já os votos brancos atingiram 3,13% (3,4 milhões) naquele ano. Os votos nulos, apesar de estarem em constante queda se analisadas as últimas três eleições, registraram 5,51% (6,1 milhões).

Confusão
O terceiro fator determinante para o crescimento de votos brancos e nulos recai sob a falsa alegação – fundamentada no artigo 224 do Código Eleitoral – de que tais tipos de voto, se superiores a 51% do total de votos, provocariam o cancelamento e remarcação do pleito eleitoral. Parte do eleitorado, movido por angústias e desgostos em relação à política, vale-se desse argumento como forma de protesto. A confusão, fruto da má informação, decorre do fato de que, antigamente, quando as eleições eram realizadas com o uso de cédulas de papel, era comum as cédulas, inicialmente preenchidas em branco, serem fraudadas para favorecer determinado candidato. Assim, recorria-se à rasura da cédula como forma de anulação do voto. O Tribunal Superior Eleitoral é taxativo ao afirmar que, na prática, os votos nulos assumem a mesma conotação dos votos brancos, já que não entram no cômputo de votos válidos.

Insatisfação
Percebe-se que as três variáveis citadas têm como denominador comum a insatisfação popular em relação às formas tradicionais de se praticar a política, de modo que, quando forçados a comparecerem às urnas, os eleitores descontentes não têm outra alternativa que não a anulação do voto, haja visto que nenhum partido ou candidato, de forma geral, é digno de sua confiança.

Descaso
O que se pode questionar é justamente a racionalidade do voto em branco ou nulo, bem como da abstenção nas urnas, uma vez que, além de não serem computados como votos válidos, tais tipos de voto podem favorecer determinado candidato cuja vitória não seria bem aceita por aquele eleitor. A adoção do voto em branco ou nulo, ou até mesmo a abstenção, torna-se muito mais um instrumento de descaso e de inação política do que propriamente uma forma de manifestação.

Distanciamento
O crescimento do voto em branco, nulo e da abstenção eleitoral, parece sugerir que o eleitorado encontrou no distanciamento das instituições a resposta para manifestar o seu descontentamento ante a um modelo que, insistentemente, tenta sugerir candidatos e propostas cujas bases de sustentação política não têm consonância com o que, de fato, quer e pensa o restante da população.
Por fim, ainda que se considere legítimo o aumento dos tipos de voto em questão, bem como da mera abstenção eleitoral, é crucial que o eleitor perceba as consequências dessa forma de participação política. O distanciamento político-eleitoral não necessariamente implica a obrigatoriedade de revisão do atual modelo político, de modo que o que se visa combater pode igualmente ser fortalecido quando o eleitorado afasta-se das urnas e do debate político como um todo.

Thiago Vidal é bacharel em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB) e assessor legislativo da Queiroz Assessoria Parlamentar e Sindical